No dia 21/09, às vésperas da abertura da Assembleia Geral da ONU pela presidenta Dilma Rousseff foi aprovado na Câmara dos Deputados o PL 7.376/2010, que cria a “Comissão da Verdade”. Após mais de duas décadas de total resistência por parte do Estado de criar tal organismo, o Executivo enviou o projeto à Câmara em regime de “urgência urgentíssima”.
Ao contrário do que pode aparentar, a urgência em buscar a aprovação do projeto não é fruto de uma contundente decisão da atual coalizão no poder de investigar a fundo os acontecimentos da ditadura civil-militar que, entre os anos de 1964 a 1988, perseguiu, torturou, assassinou, e promoveu o sequestro e desaparecimento forçado de inúmeros militantes sociais e inclusive de lideranças políticas que, embora não fossem vinculadas à esquerda, não estiveram atreladas ao projeto político de então. Tal urgência se manifesta ainda mais distante de uma possível tentativa de se fazer justiça, levando ao banco dos réus os responsáveis pela tortura, assassinato e desaparecimento de pessoas.